Entre o outono e o inverno, com a umidade do ar mais baixa e as quedas de temperatura, há duas situações bastante comuns que afetam o nosso bem-estar: gripe e alergia respiratória. Embora apresentem alguns sintomas similares, é importante saber que se tratam de duas situações diferentes e que, portanto, demandam tratamentos distintos.
Para que essa questão fique mais clara, apresentamos, a seguir, as principais diferenças entre gripe e alergia respiratória. Confira.
O que é gripe?
A gripe é uma infecção aguda do sistema respiratório, gerada pelo vírus da influenza, apresentando elevado potencial de transmissão, visto ter sua propagação bastante facilitada. Pessoas do chamado grupo de risco – como idosos, gestantes e crianças – costumam ser mais vulneráveis as ações de tais vírus.
Para prevenção são recomendadas ações básicas de higiene, como higienizar frequentemente as mãos, cobrir a boca quando tossir e espirrar e não compartilhar objetos de uso pessoal (como copos e garrafas). Manter os ambientes bem ventilados, evitar aglomerações e ingerir a quantidade adequada de líquidos, além de adotar uma alimentação balanceada, também podem ajudar o organismo a evitar a doença.
Um ponto importante da prevenção é vacinação, que objetiva fazer com que a pessoa não contraia a infecção ou, se isso não for possível, que tenha um quadro mais leve da doença. Importante salientar que o serviço público de saúde e clínicas particulares oferecem a vacina contra a gripe. A imunização é recomendada para todos, não apenas para quem está nos grupos mais vulneráveis às complicações.
O que é alergia respiratória?
A alergia respiratória acomete cada vez mais pessoas. No Brasil, 6,4 milhões de brasileiros com mais de 18 anos têm asma, e cerca de 3 pessoas morrem por dia devido à doença. Cerca de 80% dos pacientes com asma também tem rinite.
Ela desenvolve-se a partir de uma origem genética e exposição a alérgenos do ambiente, como ácaros, fungos e pelos de animais. Pode ser agravada por fatores irritantes, como poluição atmosférica, mudanças climáticas e fumaça de cigarro.
Trata-se de uma resposta exagerada do sistema imunológico do organismo aos elementos da natureza (ambiente) que atuam como alérgenos. Envolve as vias aéreas superiores provocando a rinite alérgica e as vias aéreas inferiores desencadeando a asma.
Para evitar crises de alergia respiratória, é recomendado seguir um tratamento medicamentoso prescrito pelo médico, ter hábitos de vida saudáveis e fazer o chamado controle ambiental, que são medidas que visam melhorar o ambiente em que se vive, tentando evitar ou minimizar o contato com os alérgenos, e medidas como deixar o ambiente arejado, limpar com pano úmido, evitar objetos em excesso que possam acumular poeira, são algumas das recomendações.
Principais diferenças entre gripe e alergia respiratória
Como vimos, a gripe tem o vírus como seu causador, é uma doença infecciosa aguda, enquanto a alergia respiratória é uma resposta do organismo a elementos alérgenos presentes no ambiente e no ar, e que são combatidos pelo sistema imunológico.
Outra diferença está no modo como essas ocorrências se dão. No outono e no inverno, por exemplo, como é comum passar mais tempo em espaços fechados e em aglomerações maiores, a transmissão do vírus da gripe se torna facilitada.
Já a alergia respiratória é favorecida a partir das bruscas mudanças de temperatura e do tradicional clima mais seco da época, que traz consigo, também, a dispersão de elementos alérgenos – como poeira, ácaros, pólen, etc.
Alguns sinais e sintomas da gripe e alergia respiratória também diferem. A gripe normalmente tem início abrupto e provoca febre alta, dores de cabeça e no corpo, mal estar e fraqueza, tosse inicialmente seca e depois cheia (com catarro), dor de garganta e coriza. Por sua vez, na alergia respiratória, coceira no nariz e nos olhos, tosse seca e irritativa, lacrimejamento excessivo, muitos espirros seguidos, chiado no peito e dificuldade para respirar, sem a presença de febre, costumam ser sintomas mais evidentes.
Ainda, a duração do quadro também tende a diferir. Enquanto a gripe, quando não acomete pessoas dos grupos de riscos, costuma durar em torno de 5 a 7 dias, a alergia respiratória, se não for tratada e eliminado o contato com o alérgeno causador, pode ter seus sintomas persistentes por muito mais tempo. Além de que em um curto espaço de tempo as crises de alergia recorrem (acontecem outras vezes), o que não acontece com a gripe.
Por fim, vale ressaltar que, para diferenciar gripe e alergia respiratória com precisão, a melhor recomendação é sempre buscar ajuda em um serviço de saúde e a avaliação de um médico. Somente assim você terá a certeza de um diagnóstico preciso e de receber o tratamento adequado à sua real necessidade.